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Porque Amsterdam precisa (e tem) um museu sobre os países tropicais!

Amsterdam é uma cidade multicultural. Em 2007, pessoas de 177 nacionalidades habitavam Amsterdam, o que a tornava a cidade mais multicultural do mundo, ficando na frente até de Nova York!

Em 2018 ela perdeu 10 nacionalidades e o título de A Mais multicultural, mas ainda assim, continua sendo um reflexo do mundo, ou seja, casa de muitos grupos minoritários, nas palavras de Jeroen Slot, coordenador do instituto amsterdamês de pesquisa, informação e estatística, o OIS.

E uma cidade multicultural precisa de um museu como o Tropenmuseum (museu dos trópicos), dedicado à etnologia, sobre as pessoas que vivem nesse mundo de diversidade cultural.

Uma nova exposição está estreando no Tropenmuseum em Amsterdam

Things that matter é a exposição que acaba de estrear no Tropenmuseum. Ela dialoga com a contemporaneidade de cidades multiculturais; do ir e vir de migrações no mundo todo.

Com fotos, vídeos e objetos, Things That Matter procura contar o que realmente importa na vida das pessoas que são oriundas de um país e vivem em outro, que convivem com diferentes culturas, quer porque imigraram ou porque possuem familiares que imigraram.

Em que país você se sente em casa? Você compartilha dos valores da sua cultura original ou da cultura do país onde você vive? E o que as roupas que você veste querem dizer sobre quem você é?

Estas e outras sete perguntas-chave dividem a exposição em seções cujo objetivo é responder o que, de verdade, importa, a essência dos indivíduos em uma sociedade globalizada; como manter a própria identidade em meio a tanta diversidade?

Things that matter deve ser a atração principal do Tropenmuseum por, pelo menos, os próximos cinco anos.

Exposição em Amsterdam
Foto: Esposição Things that matters, divulgação Tropenmuseum

Exposições permanentes no Tropenmuseum em Amsterdam

Mas o Tropenmuseum tem outras exposições permanentes que mostram objetos e fotos da Indonésia – incluindo também uma seção têxtil -, da Nova Guiné, do sudeste asiático e do “presente do passado escravagista”, ou seja, o racismo e a discriminação que ainda vigoram e causa muita dor e desigualdade aos holandeses negros.

Todas estas coleções têm a ver com o passado colonial holandês. No total, o Tropenmuseum possui 153 mil objetos, 210 mil fotos históricas, além de 275 mil outras imagens que não foram selecionadas para estar nas exposições permanentes.

Entretanto, mesmo se estivesse totalmente vazio, só o edifício do Tropenmuseum já valeria a visita. Dá uma olhada:

Atração para as crianças em Amsterdam: o Tropenmuseum Junior

Os holandeses, em geral, são também muito abertos a aprender sobre outras culturas – até como estratégia de sobrevivência: o país é pequeno e, para garantir o conforto e o bem estar da população, é preciso manter boas relações com o resto do mundo.

Por isso, gostam de estimular que as crianças estejam com suas mentes abertas para o globo todo. E este é um dos objetivos do Tropenmuseum Junior, a versão infantil do museu dos trópicos.

Indicado para crianças a partir dos 6 anos, elas são convidadas a ver, mas também tocar, experienciar e participar do que ocorre no museu – e quem tem crianças sabe o quão importante é, para elas, poder tocar nos objetos. Se bem que, pra falar a verdade, acho que nós, adultos também queríamos tocar... apenas fingimos que não queremos quando entramos em museus.... mas no Tropenmuseum Junios você pode matar esta vontade!

Até 3 de março de 2019, o Tropenmuseum Junior está com uma exposição sobre o Marrocos, na qual as crianças  (e seus familiares) são convidadas a entrar num avião e, junto com marroquinos, serem guiados por esse país norte-africano.

Interessante notar que o Tropenmuseum Junior foi fundado em 1975 e é o museu holandês mais antigo dirigido ao público infantil – e um dos mais antigos na Europa nesta categoria.

Veja aqui mais dicas de atrações para crianças em Amsterdam

Quase foi extinto - A história do Tropenmuseum de Amsterdam

Mas antigo mesmo é o Tropenmuseum, que data de 1864. Resistiu a duas guerras mundiais, mas quase foi extinto nos anos 2000! É que, até 2013, o museu dos trópicos era subsidiado pelo Ministério das Relações Exteriores. No entanto, em 2011, um novo governo neoliberal assumiu o poder e, como reflexo da crise de 2009, adotou medidas de austeridade, cortando diversos orçamentos, dentre eles, a verba destinada ao Tropenmuseum.

Na época, houve uma comoção nacional sobre o destino de tamanho acervo, com tanta importância para a cultura nacional e internacional. Alguns chegaram, inclusive, a cogitar devolver as peças para museus dos países de origem. E daí a gente ia ter que ir até a Ásia para ver grande parte da coleção do Tropenmuseum, imagina!

Mas o Ministério da Educação, Cultura e Ciência acolheu o Tropenmuseum e desde 2014 ele faz parte do Nationaal Museum van Wereldculturen (Museu Nacional de Cultura Mundial), juntamente com outros dois museus, o Afrika (em Berg em Dal, que fica no Sul da Holanda) e o etnológico Volkenkunde (em Leiden). O acervo dos três soma 450 mil objetos e 350 mil imagens.

Serviço

O Tropenmuseum abre de terça a domingo, das 10h às 17h e os ingressos variam de 7 a 15 euros (reserve sem filas aqui).

Crianças menores de 3 anos, portadores do IAmsterdam Card e do Holand Pass (pegue o seu aqui) têm entrada gratuita. O Tropenmuseum fica na Linnaeusstraat 2 e para chegar lá de transporte público, há vários trams: 1, 3, 7 14 ou 19.

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