Bom, é fim do ano…. Finalmente. Todo fim de ano eu faço uma retrospectiva do Ducs, mas esse ano, por motivos que você pode imaginar, eu não estou a fim. Apesar de muita coisa boa ter acontecido, esse é um ano que não quero relembrar.
Então resolvi fazer diferente. Como o ano começou com uma entrevista, vou terminar da mesma maneira. Mas ser entrevistado por quem?
Vocês, oras! Eu pedi para as pessoas no meu Facebook pessoal e os assinantes da newsletter do Ducs (tem uma caixa pra você se inscrever na barra lateral) para fazer perguntas... e eu responderia nesse artigo.
Naturalmente muitas perguntas se focaram em blogar e como fazer blogs. É um assunto que tenho abordado bastante, inclusive foi tema da minha palestra no II Encontro Europeu de Blogueiros Brasileiros.
Mas teve também outras perguntas, querendo saber da minha experiência de morar e criar filhos fora do Brasil.
Ao final, espero que você tenha matado algumas curiosidades sobre o trabalho que faço e minha experiência fora do Brasil e assim me conhecer um pouco melhor (e de repente pegar umas dicas bacanas desses assuntos).
A arte de blogar e o Ducs Amsterdam
Ok, let's do this. Primeira pergunta!
Antes do Ducs, você já teve outros blogs? Quais eram os assuntos? Ainda estão no ar?
Priscila Roque do Cultuga
Oi Priscila! Sim, tive. Na verdade tive diversos outros, de vários assuntos. Eu comecei a blogar em 2004, quando blog ainda era meio considerado “diário on line de adolescente” – e eu não era adolescente e nem queria fazer um diário.

Na realidade, esse primeiro blog funcionava meio como eu faço meu Facebook pessoal hoje (não rolava Facebook em 2004): eu divago, conto causos da Babyduc e Bebeduc, escrevo sobre filmes que curti, posto links de coisas que acho interessantes, compartilho minhas fotos…
A versão original desse blog se perdeu (existe apenas como arquivo na WayBack machine, mas não vou te dar a URL, hehe). O seu herdeiro está no ar até hoje, embora parado porque o Facebook herdou a função principal dele.
Mas foi o primeiro, e me iniciou no mundo de blog. Aprendi muito fazendo e experimentando.
Depois vieram outros – por exemplo, eu criei um blog quando estava fazendo Letras na USP, onde eu passava a limpo as anotações de aula e postava. Fez grande sucesso na faculdade na época, era meio que meu caderno da faculdade, só que público, e muita gente estudava com ele
Não está mais no ar.
Existem outros ainda, alguns no ar, outros já desativados, e com cada um deles eu aprendi algo, que me é útil hoje no Ducs.
A principal lição que aprendi é: a estrada para o sucesso não é reta, nem curta. Fique firme na sua caminhada.
Quando voce começou o blog, a idéia já era fazer dele seu trabalho ou era mais como um hobby?
Fernanda Berto
Era total hobby. Eu tinha acabado de mudar pra Holanda, e ainda não rolava Facebook – então eu postava para economizar email para família e amigos, contando da nossa vida aqui para quem quisesse ler. Com o tempo eu modifiquei o Ducs e fui profissionalizando.
Yeah, o Facebook matou a função antiga dos blogs – porém eles se transformaram e hoje o blog tem mais a função de uma revista on line, informando e entretendo, sem perder o aspecto pessoal, de contato direto com o leitor.
(Se você duvida que meu blog é pessoal, apesar de profissional, você não leu por exemplo os artigos sobre meu irmão e minha viagem de volta ao Brasil... e mesmo esse artigo aqui).
Eu contei em mais detalhes minha vinda pra Holanda e transformação do blog em minha profissão aqui.
Quando você resolveu fazer um blog contratou alguém para isso ou montou todo o layout sozinho?
Ana Venticinque do Vou pra Roma
Nah, fiz tudo sozinho, amadoramente, aprendendo na hora. Fui fazendo e me virando, editando código PHP, instalando software na linha de comando...
Blog é uma infinidade de trabalhos diferentes, e isso me atrai muito, essa multidisplinaridade do blog. Eu curto fazer de tudo um pouco.
Porém, com o crescimento do blog, eu também passei a aceitar a ideia de terceirizar algumas tarefas. O tempo vai se tornando escasso, com o aumento de tarefas e visibilidade.
E há pessoas que podem me ajudar a levar o Ducs para o próximo nível. Contratar outras pessoas me permite focar no que eu faço melhor e gosto mais, que no caso é escrever e fotografar para o Ducs.

Então é um balanço. No começo, você fazer tudo sozinho pode ser uma vantagem – torna a barreira de entrada na blogagem muito baixa; por outro lado, chega um ponto em que realmente é preciso chamar ajuda para atingir o próximo nível.
Claro que isso tudo depende também do caso: nada impede de você começar um blog coletivo, ou até mesmo sair investindo do começo para pular etapas e crescer mais rápido. Essa flexibilidade é outra vantagem do blog.
Olá Daniel Duclos, gostaria de saber se você incentivaria a Baby Duc a ser uma blogueira de viagens.
Gisele Prosdocimi do Destinos por onde andei
Na real eu incentivarei a Babyduc a ser o que ela quiser ser. Se ela conseguir ganhar seu próprio sustento de maneira honesta, por mim está OK, seja como for.
Nem descarto a hipótese de a profissão dela nem ter sido inventada ainda. Quer dizer, meu pai não olhou pra mim no meio dos anos 70 e disse “esse vai ser blogueiro!”. Né?
Mas ok, entendo que sua pergunta não foi sobe a Babyduc. Foi se eu acho blog uma profissão viável o suficiente para eu confiar que a minha filha poderia viver dela.
A resposta é sim 🙂

Agora vamos para o flood de perguntas da Lena...
Lá vai: se você NÃO tivesse o background que tem em informática, acha que teria o mesmo interesse em desenvolver um blog como o Ducs Amsterdam, ou possivelmente teria carreado seu tempo e sua dedicação para outra coisa completamente diferente?
Lena Reis
Vish... muito difícil de responder perguntas de realidade alternativa... Não tenho como saber, são muitos fatores.
O que eu posso certamente te responder é que sim, um background em informática super ajuda em ter um blog. Mas não só ter conhecimento em informática. Como eu disse, blog é uma área multidisciplinar, e quanto mais você souber de muitas coisas, melhor. E eu sou um cara multidisciplinar, então isso influenciou na minha atração.
Porém, de modo algum eu acho que um background em informática é essencial, ou requerimento, para se ter um blog. É muito possível começar apenas com um conhecimento básico e eventualmente contratar alguém para fazer essa parte (ou qualquer outra parte de blogar que não seja seu forte) quando for o momento.
Por exemplo, além de informática e outras áreas, saber design super ajuda em blog, e eu não manjo de design. Eu me virei como pude até chegar a hora de chamar ajuda e contratar designers.

Lá vai 2: é possível dividir com a gente um (apenas um) único momento em que tenha passado pela sua cabeça chutar o balde do Ducs Amsterdam, seja por dificuldades técnicas, seja porque não retornava financeiramente, seja porque a vida te pedia mais tempo e dedicação em outras áreas? O que você pôs na balança que fez com que o prato de manter o blog pesasse mais?
Lena Reis
Nussa, teve vários. Não conheço blogueiro que nunca pensou em desistir. É uma área nova, experimental, onde tudo está sendo determinado por nós, os blogueiros vivos agora. Nós estamos abrindo caminho para quem vier depois.
Por exemplo, antes da internet, quem queria viver de escrever tinha um modelo de negócio já estabelecido. O caminho ainda era árduo, mas ao menos estava claro e restava você lutar para trilhá-lo.
Com blogs, o modelo de negócio está sendo estabelecido por nós. E isso põe uma carga enorme em cima da gente. Como justificar o enorme tempo exigido por blogar?
Porque tem esse problema também: blogar pode facilmente tomar todo seu tempo, há uma exigência de estar 24 horas disponível, respondendo todo mundo em tempo real, estar sempre se atualizando e atualizando, tempo é medido em segundos e toda essa demanda traz exatamente que retorno?
É difícil, e cansa sim, estressa mesmo, ainda mais quando o caminho a ser trilhado é incerto e o retorno pode demorar.
O que faz a gente continuar? O que me fez continuar? Duas razões: uma, eu tenho paixão por escrever, por comunicar o que vejo, sinto e penso, por me conectar com as pessoas e por criar. É compulsão, não é exatamente uma escolha, parar não é uma opção, sou assim porque preciso ser assim, e o blog é o veículo perfeito para eu dar vazão ao meu impulso criativo, mesclando arte e tecnologia.
E a segunda razão que me fez continuar blogando é que eu sou teimoso pra cacete e resolvi que faria esse blog dar certo, na unha se preciso fosse.

Qual sua maior motivação para blogar? (Não incluindo o lado financeiro! Rs)
Ana Christ Sousa do Nativos do Mundo
Bem, eu meio que já respondi na pergunta anterior – minha motivação é dar vazão ao meu impulso criativo, e blog é o veículo perfeito para mim (sério, leia a resposta anterior...)
Mas queria deixar claro que o lado financeiro NÃO é uma motivação para mim, nunca foi. Eu não blogo para ganhar dinheiro, eu quero ganhar dinheiro para poder blogar. Transformar o Ducs num negócio e fazer ele dar dinheiro foi o meio que achei para poder continuar fazendo o Ducs do melhor jeito que eu poderia.
Entende? Quando percebi que blogar era o que eu queria continuar fazendo da vida, blogar full time, daí fui buscar fazer ele dar dinheiro para que isso acontecesse.
Olha, de boa, se seu objetivo é apenas ganhar dinheiro, blog não é a melhor escolha. Existem profissões mais bem pagas e menos estressantes, como domador de velocirraptors num parque batuta que abriu numa ilha da Costa Rica...
A sério: blog é paixão, e faço ele dar grana para que eu possa viver da minha paixão.
A imensa quantidade, hoje, de blogs de viagem, a possibilidade de comprar passagens e hospedagem pela internet, e as informações disponíveis on-line estão tornando as agências de viagem obsoletas, tal como a tv por assinatura fez com as videolocadoras?
Ricardo Lima
Cara, as videolocadoras no modelo old school ficaram obsoletas, mas veja só, a Netflix é uma vídeo locadora – ela começou com DVDs físicos no modelo tradicional, depois passou para um modelo que você pagava uma assinatura por mês e podia alugar quantos DVD’s quisesse no mês (com um limite máximo de DVDs ao mesmo tempo que você poderia ter), recebendo e devolvendo os DVDs pelo correio, e depois ela só substituiu DVDs por filmes digitais, mas a ideia é a mesma: você paga uma taxa mensal e assiste o quanto quiser.
Ou seja, a Netflix se atualizou e continuou no negócio, inclusive abrindo novos caminhos. A Blockbuster insistiu em se manter igual e foi-se. Algo parecido pode acontecer com agências de viagem. As que quiserem se atualizar, inovar, e inclusive buscar parcerias com blogs, tem tudo para virarem um case de sucesso na era da Internet.
Aliás, essa é ainda outra pergunta da Lena...
Lá vai 3: Na sua opinião, em qual medida os bons blogs de viagem que além de informação e diversão trazem ao leitor a possibilidade de comprar viagens AFASTAM o consumidor de viagem das agências de viagem tradicionais? Você enxerga possibilidade de parceria (aqui significando o oposto de concorrência) entre blogueiros de viagem e operadores e agências de viagem?
Lena Reis
Olha, eu acredito sempre na cooperação, e acredito que sim, é possível blogs e agências de viagem trabalharem juntos. Isso depende do blog e da agência de viagem, porque existe mais de um modelo para cada um deles, mas a possibilidade é apenas limitada pela criatividade de ambos em bolar uma parceria que ofereça uma boa solução para o leitor-cliente.
Nesses anos de Duc Amsterdam qual seu post de maior sucesso?
Priscila Silva
Hm, defina sucesso. O mais acessado? O que deu mais dinheiro? O que mais saiu na mídia?
Ok, ok. Hm. Eu diria que foi o Top 5 atrações de Amsterdam. Foi o post que transformou o Ducs de um blog pessoal-economiza-email-pra-familia em um blog profissional. Inclusive a lista que eu fiz lá m 2008 influenciou muita gente, e até muitas outras listas que vieram depois.
Verdade! Eu fiz a lista da minha cabeça, cada lista é de um jeito, tem gente que acha que o passeio de barco pelos canais é mico de turista, eu acho bacana e pus nos top 5, nenhuma lista de top 5 que eu li na época incluía o Vondelpark e até hoje holandeses me perguntam porque o Van Gogh é mais popular entre os brasileiros quando no resto do mundo o Rijksmuseum é mais procurado (a sério, pode ver os números, o Rijks tem quase o dobro de visitas que o Van Gogh) e eu dou uma tossidinha e digo “sei lá, brasileiros gostam bastante de amarelo?”
Hey, não tô dizendo que Van Gogh é mais popular entre os brazucas por causa do Ducs – existem muitos fatores para considerar. Mas estou dizendo que esse post, com suas mais de 500 mil visualizações, pode ter ajudado nessa situação. Certamente não atrapalhou.
Então, por vários critérios, acho que esse é o post de mais sucesso do Ducs.
(A propósito: o Rijks de hoje ficou muito legal depois da reforma e reinauguração... vá ver, sério.)
Qual post seu foi o maior "fracasso"? Aquele post que a gente escreve e acha que vai bombar, e na verdade está entre os menos lidos ou no máximo na média...
Paula Augot do No Mundo da Paula

Putz. O outro lado da moeda. Olha, tem o 6 coisas para fazer em Amsterdam com chuva Não é que foi um fracasso, teve umas mil curtidas no Facebook, tem posts que foram piores do que ele, claro, mas eu esperava que fosse ser bem mais popular. Digo, é Amsterdam! Chove! Achei que teria mais público. Oh, enfim, bom sinal, o povo sai por Amsterdam e não tá nem aí pra chuva...
Olá Daniel, o que você avalia ser importante para se escrever um bom post? Como você programa a divulgação de seus posts? Você utiliza divulgação paga? Quais ferramentas/estratégias você utiliza para seus posts ficarem bem posicionados nos sites de buscas? São muitas perguntas...rs
Alessandra Lima do De cá pra lá
Ih, Alessandra, essa pergunta é base para todo um curso... ou ao menos uma palestra. É grande demais para responder aqui. Fica de sugestão como tema para uma palestra minha no próximo EEBB em Berlim no ano que vem.
Enquanto isso, sugiro você aplicar para entrar na RBBV – Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem, da qual eu faço parte. Eu (e muitos outros colegas), falamos bastante sobre esses temas lá, e há oportunidade de você aprender bastante...
Olá Daniel, você tem intenção de expandir os seus ganhos através de aplicativos de celular? Hoje temos todas essas vantagens com alguns clicks no celular, você tem intenção de disponibilizar esse serviço através do seu blog?
Agnes Gaino Iglesias Galiana do Saboreando na cozinha e Visualnet
Hm... aguardemos 2016. Muitas surpresas virão 😉
Com o grande número de blogs de viagem disponível hoje em dia, você acredita que vale a pena para um blog ainda pequeno mas que quer se tornar grande investir "pesado" em mídia (leia-se Facebook ads, Instagram ads, Google Adwords etc) para atrair mais leitores e assim se tornar mais conhecido para, no futuro, ter o retorno sobre este investimento através de programas de afiliados, venda de guias, produtos etc? Você chegou a fazer algum investimento deste tipo no Ducs ou o seu crescimento foi só orgânico mesmo?
Tadeu Arcolini do De casa para o mundo
Meu crescimento foi orgânico. É mais lento, mas bem sustentável a longo prazo – criando uma comunidade, você tem a base para se manter.
Porém, acho que crescer usando ads é uma estratégia interessante e me parece ser bem viável nos dias de hoje. Eu consideraria sim – desde que seja usada dessa forma, ou seja para alavancar a criação da sua comunidade, que é o que vai te dar base. Anunciar, atrair um leitor curioso e deixa-lo ir embora sem se envolver na sua comunidade me parece um desperdício.
Pronto, chega de falar de blog. Vamos mudar de assunto para...
Criando filhos no exterior
Pra você quais são os maiores desafios em criar filhos em outro país?
Nicole Plauto do Agenda Berlim
Tem tantos... Você foi criado em outra cultura, e de repente um monte de conhecimento seu adquirido ao crescer no país de origem não ajuda seu filho a enfrentar desafios que ele irá encontrar na nova cultura. Um monte de coisa que você faz normalmente, automaticamente e vai fazer com seu filho, de repente cria problemas porque ninguém mais faz assim no novo país.
Claro, tudo depende da sua sensibilidade para diferenças culturais, e o quão adaptado você está. Não é uma barreira intransponível, mas certamente é um desafio.
A adaptação na Holanda foi um grande desafio. Acredito que já estejam bem acostumados com o dia a dia holandês. Como está sendo a criação dos filhos nos Países Baixos? O orgulho de ser brasileiro fala mais alto e com isso mantém os costumes e hábitos ou vcs criam de forma mais holandesa?
Thiago Crocco

Poisé, Thiago, a gente tava falando justamente disso...
Ao mesmo tempo que nós somos brasileiros, mais e mais vamos incorporando hábitos e pensamentos e modo de ver e viver do novo país. É natural, você está cercado pela nova cultura e acaba trazendo isso pra dentro de sua casa e pra dentro de você. E com filho isso só se acelera
Para eles tudo é natural, e quando começam a ir pra escola... não tem jeito, eles absorvem muito os hábitos locais, e inclusive você passa a ter uma convivência mais profunda com a cultura local, entre outros pais e coleguinhas e professores... a holandesice se alastra pelos Ducs e nossos filhos se tornam mais e mais culturalmente holandeses.
Mas ao mesmo tempo, a influência de ser brasileiro não desaparece, e o resultado é sim uma mistura, ou ao menos uma fluência bi-cultural.
Porém, eu não encano com isso, acho natural, não fico me batendo e me preocupando, ai, tem que ser mais brasileiro, ai, tem que ser mais holandês, e agora?... eu deixo rolar de maneira natural, não fico tentando forçar nem um lado nem o outro, nós somos o que somos e desde que aceitei emigrar e ter filho em outro país, eu aceitei que esse tipo de coisa seria uma realidade.
Inclusive acho muito bacana ver esse processo se desenrolar.
Você poderia explicar essa questão de ter uma criança em outro país e o fato que ela será bilingue. Há um momento de tensão ou esse processo se dá naturalmente? Essa questão me interessa muito e me intriga. Principalmente pela preocupação de manter a língua pátria, mas ao mesmo tempo sabendo que esse processo ao final é super positivo.
Gracia Cardeal
Pois, exato, eu não sou encanado, acho que a coisa toda é natural e o resultado final será positivo sim. Eu não acredito que ficar forçando vai ajudar, eu ajo naturalmente. Eu falo português com meus filhos, quando acho que cabe falo holandês, e acredito que no fim eles serão bilíngues com fluência nativa nos dois.
A Babyduc aliás já é bilíngue – e ao mesmo tempo está desenvolvendo as duas línguas ainda. Aprender língua não é uma coisa binária, agora não sabe-agora sabe, é um processo, um contínuo de aprendizado, e criança vai se virando super bem.
Eu tenho grande felicidade de ver minha filha batendo papo com adultos em holandês, de maneira natural, eu quando tinha quatro anos nem desconfiava que existiam outras línguas. Ela ter essa vivência de que o mundo é amplo e com muitas culturas diferentes é uma das grandes vantagens de se criar filho fora de seu país.
E que voce acha do facto dos holandeses medicamente encararem a gravidez de uma forma tao natural, mas socialmente e encarado como um segredo de estado? ou seja, ninguém fala sexo do bebe, ninguém fala o nome do bebe etc etc acho um fenómeno social muito interessante
Helena Estrela
Não vejo qualquer contradição nisso. Por exemplo, fazer sexo é uma coisa totalmente natural e ao mesmo tempo normalmente não se comenta a vida sexual casualmente.
São apenas características – e me identifico com elas, especialmente da gravidez ser um processo natural. Sobre ser segredo, não acho que seja tão dramático assim, mas mesmo quando a pessoa é totalmente reservada, eu não me importo minimamente, eu deixo livre para cada um compartilhar comigo o quanto quiser e achar melhor compartilhar.
Vida na Holanda
Voltar a morar no Brasil está nos seus planos?
Gabi Celso
Hmmmmmnão. Não está. Nada contra o Brasil (apesar de todos os seus problemas, mesmo o da violência, o Brasil ainda é nosso país), apenas que já passamos bastante tempo lá, e gostamos da idéia de viver e conhecer novas culturas e ver o mundo sob novas perspectivas.
Eu não descarto sair um dia da Holanda - minha curiosidade pelo mundo é grande - mas eu iria querer explorar outro lugar antes de voltar ao Brasil.
Essa pergunta é tão feita que até entrou na seção de Dúvidas do Ducs. Você já leu? Tem bastante coisa lá.
Daniel, estranhamos o fato de não vermos em Amsterdam, pessoas idosas ou com deficiência andando nas ruas, como é comum em outros países da Europa. Durante cinco dias, não vimos nenhum!
Marieh Tolentino Carollo Blanco
Ah, Marieh, desculpa, mas tenho uma visão totalmente diferente. Tem pessoas idosas e com deficiência de montão andando pra cima e pra baixo em Amsterdam, aliás, eu vejo muito mais pessoas idosas e com deficiência saindo na rua aqui do que no Brasil. Tem inclusive carros especiais para pessoas com dificuldade de locomoção (reparou em uns mini carros?), tem cadeiras motorizadas e tem também idosos andando de bike, super ativos a vida toda.
Eu escrevi um artigo sobre cadeirantes em Amsterdam, e tenho inúmeras fotos mostrando pessoas de todas as idades andando por aqui (uma delas ilustra esse post)
Gostaria de um post sobre o custo de vida em Amsterdam. Salários e custo de vida.
Vera Schmitz
Eu fiz um post exatamente assim em 2009. Eu penso em atualizar, mas... fazer post sobre custo de vida é problemático. É um daqueles posts que ninguém fica muito satisfeito, porque custo de vida é muito variável, e não tem como eu fazer um post que vai responder a pergunta de cada um, e daí a pessoa lê e não consegue aplicar pro caso dela (tem que fazer conta, sabecumé), e aí tenho uma avalanche de pessoas perguntando “tenho 3 filhos, um gato malhado, trabalho como domador de poodles, quero morar em Amsterdam e trabalhar em Gent na Bélgica, quanto vou gastar por mês?”
De toda a forma o link antigo está lá...
Como imigrante, o que você hoje gostaria de ter sabido antes de sair do Brasil?
Flávia Motta do Almost Locals
Tem 5 coisas que eu listei aqui! 🙂
As perguntas do pessoal eram essas, mas abro o microfone pra você falar aí embaixo nos comentários e fazer a sua pergunta também 🙂
Feliz 2016!