
Apesar do que muita gente imagina do que é viver no exterior, não estamos aqui de férias. Há uma certa confusão entre a imagem que se encontra em uma visita de poucos dias a turismo com (re)construir uma vida inteira, um dia após o outro, como todo mundo faz. Estresses são parte da vida, e quando se muda de país têm-se de lidar com os normais mais os que a imigração acrescenta. Apesar da paisagem diferente da que cresci acostumado a ver, é fácil perder-se na batalha de resolver problemas cotidianos.
Até que um momento, andando rápido entre um pepino a resolver e outro, eu levanto a cabeça e caio em mim, como quem acorda subitamente de um sonho onde o absurdo parece normal e se pergunta: onde estou?
Se eu tiver sorte, encontrarei a lua e ela me lembrará que habito um planeta que, apesar de complexo, belo e apavorante, é o mesmo de minha infância e não vivo em outro mundo: eu apenas descobri que ele é muito maior do que eu imaginava.
