Ah! Eu amo Portugal e ter ido ao II Encontro Europeu de Blogueiros Brasileiros no Porto foi uma oportunidade imperdível. Lá eu conheci o casal brasileiro Priscila Roque e Rafael Boro, blogueiros, guias, jornalistas e apaixonados por Portugal e sua cultura. A paixão deles pelo país é a mesma que tenho por Amsterdam e a Holanda.
Me identifiquei com eles na hora!

Tanto que logo começamos a agitar uma parceria, para criar uma ponte Amsterdam-Lisboa unindo o Ducs e o Cultuga, o indispensável blog deles sobre cultura portuguesa.
Os colunistas convidados do Ducs Amsterdam falarão sobre Lisboa
Desde o meio do ano o Ducs está com colunistas publicando posts regularmente. Eu chamei o Rafa e a Pri para serem colunistas-convidados aqui no Ducs!
E eles toparam! *emoção*
Os dois irão fazer uma série especial sobre Lisboa, dando as dicas essenciais e as dicas que só quem mora sabe. Por seis meses teremos colunas, uma por mês, toda última segunda feira do mês.
E olha, eu li as pautas e estão imperdíveis. Sério mesmo!
Guiando por Lisboa através de palavras, fotos e bate papos
Além de serem blogueiros, a Pri e o Rafa são guias, e aqui no Ducs você vai poder contratar os passeios deles por Lisboa, num esquema muito maneiro que vai te poupar tempo e dor de cabeça, além de você poder aprender sobre a capital portuguesa de uma maneira leve, gostosa, batendo papo com duas pessoas sensacionais.

Por falar nisso, vamos bater um papo com eles? Aproveita para saber mais sobre os novos colunistas-convidados do Ducs e sua especialidade, cultura portuguesa!
Como surgiu a paixão do casal por Portugal
Eu: E ai, casal!, tudo bem? Conta pra gente como vocês foram parar em Portugal!
Priscila: Tudo certo do lado de cá! Viver em Lisboa já era um sonho meu antigo. Só não sabia quando e por quanto tempo, sabe? Os meus pais são portugueses - ele da região de Aveiro, ela da Ilha da Madeira - imigrados no Brasil. Assim, cresci em uma “casa portuguesa, com certeza” rs.
Porém, somente tive condições e também curiosidade de conhecer o país depois dos meus vinte e poucos anos, em 2007. Nessa mesma fase, passei a consumir muita música portuguesa, enquanto vivia em São Paulo. O Rafa acompanhou boa parte desse meu envolvimento com o país, pois já éramos amigos e trabalhávamos juntos em uma rádio de São Paulo, em 2008, e começamos a namorar no ano seguinte.

Atravessar o oceano foi uma escolha dos dois, na mesma época em que decidimos casar. Além da paixão por Portugal, principalmente por Lisboa, a gente também estava em busca de um lugar em que tivéssemos paz, intensa vida cultural e que pudéssemos seguir com a nossa carreira na comunicação.
Eu: Excelente escolha, devo dizer. E faz tempo isso? Quando foi?
Rafael: Decidimos no final de 2011, programamos a mudança durante todo o ano de 2012 e nos mudamos para Lisboa em abril de 2013.
Eu: Opa.. Então vocês já estão há um tempinho e têm bastante experiência de Portugal, né? E já existia uma identificação prévia de vocês com Portugal ou a cultura portuguesa?
Rafael: A Pri sempre teve uma ligação, por ter toda a família portuguesa - como ela contou. Já no meu caso, a culinária de Portugal que era a maior referência. Minha avó, por parte de pai, e minha mãe sempre gostaram de cozinhar. Por conta disso, bacalhau e caldo verde nunca faltavam em casa.
Brasil e Portugal: irmãos, mas diferentes (amor e risadas)
Eu: Pagaram muito mico nas diferenças culturais de Portugal e Brasil? Como foi essa adaptação.
Priscila: Pagar mico, não, mas a gente ainda se diverte com as diferenças. No ano passado, quando entrei para a academia, vivi uma dessas histórias. Lembro que, no exame de avaliação inicial, o professor pediu para eu fazer um agachamento. Eu, sedentária, não fiz direito, claro. Ele emendou um: “precisa colocar o rabo mais para trás” rs. “Rabo”, em Portugal, soa da mesma forma que “bumbum” ou “bunda”, no Brasil.
Eu: Hahahaha! *ouch*

Rafael: Olha, eu não lembro de pagar mico (ainda bem rs), mas lembro de história engraçada. Uma amiga portuguesa havia feito diversos bottons para entregar durante um encontro entre brasileiros e portugueses. Um amigo brasileiro chegou a ela e disse, bem alto: “Cadê o meu broche?”.
Ela ficou vermelha e explicou que ele não poderia falar aquilo assim, tão alto. Broche, em Portugal, significa sexo oral rs.
Eu: Nossa! Hahaha!
Rafael: Brincadeiras a parte, sobre a adaptação cultural, quando você está disposto a aprender e a valorizar o país que escolheu para viver, já ajuda muito. E assim também foi com a gente.
"Viver aqui nos aproxima pelas semelhanças e nos ensina muito pelas diferenças." Priscila
Eu: E a gente acha que sabe, por causa da língua e ligação histórica, mas não é bem assim, né? Tem que ter uma certa convivência.
Rafael: Exatamente, Daniel. Viver o dia a dia da cidade é muito importante. Muitas coisas podem ser parecidas - na verdade, você acha que são parecidas - porém, quando você estuda os hábitos, convive e conversa com quem é da terra, entende que não era como você pensava...
Priscila: O português brasileiro é uma mistura do português europeu com influências indígenas e africanas, não é? Partilhamos muitas coisas entre Brasil e Portugal, mas é certo que as culturas realmente são diferentes. Viver aqui nos aproxima pelas semelhanças e nos ensina muito pelas diferenças.

Portugal é paixão mas também trabalho. Viver do que se ama só pode dar certo!
Eu: Muito bem observado! E como foi que vocês decidiram fazer o blog? Já era uma ideia de trabalhar com isso?
Priscila: Nós somos jornalistas por formação e sempre trabalhamos com Internet. Mas, mesmo antes de entrar na faculdade, em meados de 2001, eu já tinha um blog pessoal e foi nele que comecei a dividir o que eu “descobria” sobre Portugal, anos mais tarde.
O Cultuga nasceu em 2010, no auge do meu amor pela cultura portuguesa. Já ouvia tanta música do país, assistia aos filmes, peças de teatro… foi assim: eu tinha um blog pessoal na época, mas como os governos tinham o projeto de fazer o “Ano de Portugal no Brasil” (e também do Brasil em Portugal), lá já não era o melhor espaço para tratar do assunto. Por isso, criei um blog novo.
Ele se chamava “A Casa do Galinho” - mas foi um nome que durou pouco (ufa!). Uma amiga do trabalho, de tanto me ouvir falar: “Ai, o meu blog de cultura tuga mimimi”, disse na brincadeira: “Por que você não chama ele, então, de Cultuga?”.
Rafael: Quando a gente mudou para Lisboa, vimos no Cultuga um caminho interessante para crescer. Poderíamos utilizar nele as nossas habilidades no jornalismo e tudo o que acumulamos em conhecimento nos trabalhos anteriores com a Internet, para profissionalizá-lo. Hoje, é o nosso trabalho em tempo integral.
Desde o momento em que decidimos nos dedicar profissionalmente a ele, acreditamos no seu potencial e no nosso gosto em falar e apresentar por Portugal. É um projeto que nos orgulhamos muito.

Guiando os brasileiros: compartilhar a paixão por Portugal com clientes que viram amigos
Eu: Com todo o direito. É um trabalho fantástico! Por falar nisso, conta mais detalhes do trabalho de vocês. Vocês são guias né?
Rafael: Por aqui, desenvolvemos diversos serviços para os viajantes brasileiros, entre eles o de guia de turismo. De tanto ouvir os nossos amigos e familiares dizendo para profissionalizarmos os nossos percursos por Lisboa, principalmente pelo gosto e envolvimento que temos pela vida cultural da cidade, finalmente decidimos oficializar essa paixão.
Hoje temos, inclusive, o registro do Turismo de Portugal que nos habilita a essa função.

"Um passeio adequado ao perfil de cada um"
Eu: Po, que bacana! E como funciona o tour?
Priscila: Os tours são particulares. Portanto, temos a chance de nos envolver de forma mais direta com os nossos viajantes, tornando o passeio adequado ao perfil de cada um.
São três percursos disponíveis:
Um em que apresentamos a Lisboa tradicional por meio de seus bairros antigos, os transportes centenários e o comércio tradicional, contando curiosidades e contrapondo com o pulso atual da cidade.
Um segundo focado na Lisboa mais atual, que mostra a arquitetura contemporânea e a vida dos séculos XX e XXI.
Por fim, um terceiro, de dia completo, em que fazemos um apanhadão da história de Lisboa, ampliando o percurso do centro histórico até Belém. Sempre de forma dinâmica, descontraída e, claro, com pausas estratégicas para provar alguns de seus sabores.
"A gente trata os nossos clientes da mesma forma que recebemos os nossos amigos e família quando vêm nos visitar a Lisboa." Rafael
Eu: Isso é verdade! Uma coisa que achei muito bacana quando eu os conheci, foi o jeito natural como vocês passam as informações. A gente vai batendo papo, passeando, e nisso eu fui aprendendo e conhecendo a cidade e suas atrações.
Rafael: Isso é muito bom de ouvir, Daniel. É o que pretendemos passar mesmo para os nossos clientes e leitores. É tão bom bater um papo enquanto caminhamos pelas ruas de Lisboa ou comemos um pastel de nata! A gente trata os nossos clientes da mesma forma que recebemos os nossos amigos e família quando vêm nos visitar a Lisboa.

Priscila: Não tem decoreba. Tudo o que nós descobrimos e absorvemos em estudos, vivências e visitas guiadas - que fazemos exaustivamente por aqui, nós repassamos em nosso tour, de forma leve, durante um bate-papo. Menos bocejos e mais risadas.
Eu: É o melhor jeito de aprender! Nada de "palestra", é um bate papo com pessoas que sabem e são apaixonadas pelo trabalho. Sou fã!
Priscila: “Consumimos” muito de Portugal todos os dias por prazer e para manter o Cultuga sempre atualizado. Nós também moramos no centro de Lisboa, o que nos facilita na locomoção e na vivência. Tinha que resultar mesmo em um caso de amor.
Criando a ponte Lisboa-Amsterdam
Eu: Hahaha, ufa! Pelo menos isso! E quando estreia as colunas de vocês no Ducs?
Rafael: A nossa coluna no Ducs estreia dia 26 de setembro. Todo mundo ligado, hein?! Já estamos ansiosos!
Eu: Nossa, as pautas ficaram muito legais! Até eu tô ansioso pra ler!
Rafael: Bom saber que você gostou! Quem quiser fazer uma dobradinha de Lisboa com Amsterdam, pode separar sempre a última segunda-feira do mês para um bate-papo luso-holandês aqui no Ducs!
Eu: Que maravilha. Super obrigado por mais um bate papo agradável! Além do site de vocês, o Cultuga, onde o pessoal acha vocês?
Rafael: Nós é que agradecemos por poder dividir um pouco da história do Cultuga com você e com os leitores do Ducs Amsterdam. Além do site, estamos também no Facebook, Instagram, Twitter e Youtube.
Chama o Rafa e a Pri para um tour por Lisboa!
Eu: Perfeito. É isso. Eu recomendo muito que você inclua Lisboa no seu roteiro pela Europa. E quando fizer, chama o Rafa e a Pri para um tour! Bate um papo com eles ao vivo em um passeio, que eu garanto que você vai aproveitar muito mais Lisboa estando na boa companhia de quem sabe. Preenche o formulário abaixo e manda bala: