A Holanda é assim, cê atravessa a rua e periga de ser outra cidade, e se você tropeçar, capaz de cair na próxima província. Eu não reclamo: é mega fácil sair explorando o país, e foi exatamente o que resolvemos fazer para comemorar a previsão do fim de semana com sol, completando uma semana seguida de céu azul.
Uma semana! Seguida!
Nos empolgamos tanto que resolvemos logo ficar o fim de semana todo e pegar um hotel em Edam, dormir lá e depois ir conhecer Volendam (do outro lado da rua).
Tecnicamente, assim, não era estritamente necessário, porque Edam/Volendam é um tiro de bodoque de Amsterdam (menos cde 20 quilômetros), mas tecnicamente você não precisa tomar sorvete também. Viajar com criança é muito legal.
Hotel reservado, fomos até a Centraal pegar o buso (bumba, ônibus, busão, coletivo, autocarro e outros aliases). O ponto pra Edam fica na parte da estação voltada pro IJ, ou seja, a baía de água na frente de Amsterdam. Cortamos por dentro da estação e, ao sair, subimos de eelevador, porque, né, carrinho de criança).
Chegamos sem sustos, já fotografando as ovelhinhas da janela do ônibus mesmo. O hotel ficava a 300 metros da estação de Edam. Mega bem localizado.
O Hotel em Edam
(O nome do Hotel é De Fortuna, fica na Spuistraat 3, e se você reservar usando esse link do Booking,com, você poderá ver as avaliações, mais fotos e eu ganho uma comissão.).
O Hotel tinha avaliação muito boa no Booking.com, e merecia. Mega bem localizado no centro de Edam, fica ao lado de um canal com um belo jardim, onde era possível jantar no restaurante de lá.
Os quartos ficam em casas típicas holandesas, o que achei bem legal. O quarto que pegamos era pequetico e o carrinho atravancou, mas era bonito.

Logo que fizemos o check in, a recepção perguntou se iríamos jantar lá, porque era pra reservar, já que ia lotar (spoiler: lotou mesmo).
A Carla tava afins de ir andando até Volendam e jantar num restaurante que ela pegou boas recomendações, comida boa e com vista pro mar. Eu tava topando até que me ocorreu algo:
Se em Edam já tava ameaçando lotar o restaurante, seria legal ligar no outro e reservar antes de dar o rolê até lá, não ter lugar e aí ter de jantar em um armadilhão daqueles com um aliciador na porta de "tourist menu" na Mão, oferecendo uam taça de vinho "grátis". Você conhece o tipo.
Ligamos, e pior que já tava lotado mesmo! Eu tava empolgado com a idéia de jantar ao ar livre ao lado do canal, achei até bom. reservamos e fomos dar rolê em Edam.
Edam, a cidade queijo.
Muito como Groningen quando eu fui, Edam estava fechada (sábado de tarde). É a capacidade dos Ducs de acertar o timing das coisas. Boa, Ducs! Continuem assim!
Tem nada não: andamos pela cidade fechada mesmo, tirando fotos a valer. Até a Babyduc tirou fotos: estávamos com uma câmera portátil Canon antiga, mas ainda funcionando, e resolvemos dar de presente pra pequena, que logo saiu a tacar o dedinho no botão de disparo em pequeninos cliquezinhos. Ohzi!
Edam empatou com Gouda ao ser uma cidade-queijo-gostoso (Gouda desempatou inventando o stroopwafel. Seu turno, Edam, tô esperando). De quarta-feira tem um mercado bem famoso, que desde antes de sairmos de casa usamos como "desculpa pra voltar".
No geral, achamos a cidade encantadora, tranquila (vantagem de estar fechada), e muito fotogênica. Encerramos o passio andando aleatoriamente e caindo de novo na frente do Hotel. Hora de jantar.
O restaurante do Hotel

Nos acomodamos numa mesinha do lado de fora e eu glutonamente pedi o menu de 4 pratos (entrada, entrada, principal, sobremesa) e a Carla comportadamente foi de 3 pratos (tradicional entrada-principal-sobremesa). O restaurante oferece ainda a opção de 5 pratos, mas achei o de 4 já exagero.
A Babyduc foi na nossa carona, filando comida da gente que, pra ser bem honesto, era mais do que suficiente pra alimentar nós dois mais uma guriazinha-passarinho.
No geral a refeição teve altos e baixos. Alguns pratos estavam bem gostosos (o principal), mas alguns apenas regulares, e como estava lotado, a coisa toda demorou 2 horas e meia, e se você já jantou com uma toddler em restaurante por duas horas e meia sabe o desafio. Sem dramas também: havíamos trazido um monte de brinquedinhos pra ela se divertir, e ela explorou bastante o belo jardim. O pessoal do restaurante também foi super atencioso com ela.

A conta toda saiu pouco mais de €100,00, incluindo bebidas. Valeu? Bem, já tive jantares melhores por esse preço (O Lisboa À noite, por exemplo, que fomos quando descobrimos Lisboa, que recomendo bastante), mas tá valendo.
Nos recolhemos e fomos dormir com o sol das dez da noite (ê, verão!).
Andando de Edam pra Volendam
Verão? Eu disse verão? Eu disse fim de semana de sol? Clima holandês não é de confiança, eu devia saber. Amanheceu nublado, 12 graus e um ventinho safado, daqueles bom de empurrar pá de moinho de vento, saca?
(Por que você acha que aqui é o país do moinho?)
De todas as formas, tomamos café da manhã no hotel (bastante completo), e tratamos de ir andando. Fomos seguindo o Google Maps, o que nem precisava: era uma reta só por uns 2 quilômetros. heh, o que lá no Butantã eu chamava de "ir até a esquina comprar pão" aqui é "ir a pé de uma cidade pra outra". Curto demais, sério mesmo!
O caminho foi costeando uma reserva e deu pra fotografar.
Chegamos em Volendam com um miserável vento frio e de nada adiantou eu olhar feio pro céu, ele me olhou mais feio ainda de volta.
Volendam
Nos perdemos um pouco em Volendam. Explique a capacidade de um casal se perder tendo em sua posse dois smartphones equipados com Internet e GPS. Acho que Roald Amundsen se revirava na cova três vezes a cada vez que eu ou a Carla dizíamos"pra que lado é?" olhando duas telas de navegação equipadas com mais tecnologia pra ver as horas do que a usada para ir até o Pólo Sul e voltar usando sextantes, bússola e noção.
(Acho que o ingrediente secreto era noção).
Em Volendam, foi um pouco desestimulante. Estava muito lotado e muito ventosamente frio, e muito cinza. Tiramos algumas fotos, almoçamos Kibbeling (um dos meus lanches favoritos na Europa).
Ao contrário de Edam, estava tudo aberto, mas achamos tudo meio armadilhoso. Demos um rolê pelo dique (seu eu amarrasse uma cordinha na Carla e saísse correndo eu empinava ela que nem pipa facinho), tiramos algumas fotos, e a Babyduc exigiu, como sempre, ver a praia de perto. Levei.

O céu não dava pinta de que iria melhorar esse século ainda, e resolvemos abortar a travessia pra Marken, deixando pra uma próxima visita com um tempo melhor. Pegamos o ônibus (depois de nos perdermos de novo, só pra espe=zinhar o fantasma do Amundsen), e encerramos o rolê do fim de semana.
De volta pra casa
No fim das contas o fim de semana teve seus altos e baixos. Sem dúvida daria pra ter explorado mais, mas nossa prioridade não é fazer tudo o que dá pra fazer, mas nos divertirmos no tempo em que estamos lá. E isso nós três fizemos, explroando juntos esse pedaço tipicamente holandês da Holanda holandezística.