Iniciando nossa exploração pela Bélgica, claro que a primeira providência, ou melhor a segunda, que tomamos ao desembaracar na estação Gare du Nord de Bruxelas, foi nos perder. Que melhor começo poderíamos ter? Afinal, uma viagem não tem graça se não tiver os seus micos.
A primeira coisa que fizemos na verdade foi tomar um café com waffel ainda na estação. Como tínhamos decidido ir pro Atomium (uma construção em forma de molécula aumentada 165 bilhões de vezes) direto da estação, pra não perdermos tempo tomamos um café ali mesmo.Antes de partirmos lá fomos nós, bem espertos, já acostumados aos trams e metrôs de Amsterdam, olhar o mapa do metrô de Bruxelas na estação de trem. Achamos nosso caminho e pareceu muito simples. Podíamos pegar as linhas 52, 55, 56, 81 ou 90 que todas nos levariam até a parada Rogier. De lá pegaríamos a linha 19 até a estação Simonis e então lá pegaríamos a linha 1A e desceríamos na última parada, ao lado do Atomium. Moleza! 🙂 Memorizamos o nome da parada que teríamos que descer e fomos pra plataforma. Primeira surpresa, não passava nenhum metrô ali, apenas trams. Bem, o número do tram coincidia com o que tínhamos visto no mapa e lá fomos nos cheios de confiança embarcar. Já no tram, quando pensamos em abrir o um dos guias ou mapas que compramos, a estação em que deveríamos descer chegou. Descemos correndo, um tanto atrapalhados, mas enfim, de novo o nome coincidia. Saímos em baixo de um viaduto sinistro, fomos para um dos lados, estava meio deserto e não tínhamos a menor ideia do que fazer ali. Conclusão: Perdidos em Bruxelas. O nosso plano inicial envolvia o metrô, lembram?
Obcecados pelo tão almejado transporte que seguramente nos levaria até o Atomium, começamos a tentar encontrar uma entrada pra estação que devia ser logo ali, uma vez que vimos a linha do metrô passando em cima do tal viaduto. Andamos prum lado, andamos pro outro e nada de metrô. Bem, nesse momento começamos a pensar que a nossa melhor saída seria pedir informação pra alguém. Mas, e a fama da Bélgica? Ninguém fala ingles no país e nosso francês não nos inspirava muito. Enfim, criamos coragem, achamos uma lanchonete e nos arriscamos:
“Bonjour. Je ne parlez pas français. Parlez-vous anglais?”
Eis que o garoto que trabalhava na lanchonete para nossa surpresa fez um sinal positivo com a cabeça. Nossa, será que havíamos encontrado alguém que falava inglês? Mal acostumados com a Holanda acreditamos que sim.
Perguntamos em inglês onde ficava a entrada do metrô mais próxima. O rapaz começou então a perguntar em francês pro senhor que estava sentado em frente a lanchonete e eles falavam em francês tentando chegar a um acordo referente ao metrô. E, claro, estávamos nós ali, turistas perdidos, boiando completamente, sem entender o que eles estavam falando. Eles falavam, falavam e pareciam não saber muito bem onde que ficava a tal entrada do metrô. Bem se eles não sabiam, não devia ser ali do lado como pensávamos.Começando a ficar um pouco tensa pensando em como sairíamos daquele pico e chegaríamos ao nosso destino, nos veio a palavra mágica à cabeça: "ATOMIUM. Queremos ir pra la. Como fazemos?"
Momento o qual vimos uma expressão de felicidade em suas faces, pois essa orientação poderiam nos dar. Ficamos felizes também. Então percebemos que o rapaz na verdade não falava inglês e não entendíamos o que ele falava.Já pensando em agradecer e recorrer ao nosso amigo Lonely Planet e ao nosso super mapa de Bruxelas, vimos o rapaz entrando na lanchonete e pegando uma caneta e uma folha de papel. Ele escreveu o número do tram, desenhou indicando que deveríamos descer na última parada e mostrou com gestos onde e em qual sentido deveríamos apanhar o tram de número 94 que nos levaria ao Atomium.
Felizes e seguindo a orientação recebida, pegamos o tram ligeiramente desconfiados sem saber onde estávamos nos embrenhando num país completamente desconhecido. E eis que ao final tivemos uma boa surpresa, chegamos exatamente ao lado do Atomium no ponto final do tram.
Missão cumprida, chegamos ao nosso primeiro destino turístico em Bruxelas. Ficamos muito bem impressionados com os Belgas. Tá, as pessoas pra quem perguntamos realmente não falavam inglês, no entanto, eles nos compreenderam em inglês e foram extremamente simpáticos, atenciosos e esforçados em nos ajudar e ao final, nos deram certinho a informação que precisávamos.No fim, nada que alguma dose de humildade, boa vontade e generosidade não ajudasse os Ducs em sua primeira exploração pelo território belga.
Serviço:
http://www.cafeytren.com/europa/belgica/mapas.php
Mapa metrô de Bruxelas:
http://www.cafeytren.com/mapas/mapas/ciudades/metro-bruselas.gif
Atomium:Vá lá, vale a pena a visita.
Para chegar ao Atomium a partir da estação Gare du Nord:
OBS: Este foi o caminho que fizemos, existem outros.
Na estação:1. Pegue algum dos trams (52, 55, 56, 81 ou 90) em direção ao centro/sul de Bruxelas.2. Desça na estação Rogier.3. Descendo do tram, olhando para a parede da calçada em que desceu, vá para a direita.4. Vire a dirita ao sair do viaduto, mantendo-se na mesma calçada. Na primeira parada, pegue o tram de número 94 e desça no ponto final.Em cada parada tem sempre uma placa mostrando quais trams passam ali. Você pode sempre confirmar se está na parada certa. Na dúvida, pergunte pra alguém. Seja gentil e você provavelmente terá sucesso em sua empreitada. 🙂