Descubra porque visitar Berlim hoje é a chave para entender o nosso mundo (e construir um futuro melhor)

Ao visitar Berlim hoje em dia, a gente pode se perguntar: Como é possível que uma cidade, depois de uma história tão conturbada, seja em poucos anos uma das cidades mais modernas?

Visitar Berlim
Visitar Berlim é entender a história e imaginar o futuro (Foto: © elxeneize / Adobe Stock)

Como pode uma cidade ter sido dividida, ter perdido sua autonomia, e em pouco tempo ser uma das cidades mais importantes cultural e politicamente?

Por que uma cidade que teve 80% de seu centro destruído, é hoje uma das cidades mais visitadas da Europa?

Berlim está  no epicentro do que houve de mais marcante durante o século XX. E esse foi o nosso século, no qual quase todos nós nascemos. Entender Berlim é entender o mundo hoje. Quer ver?

Comecemos então no início desse século tão conturbado.

A Primeira Guerra Mundial mudou o mundo

Em 1 de agosto de 1914 a Alemanha declara guerra à Rússia czarista. O documento foi assinado no Neue Palais pelo imperador Guilherme II.

Neue Palais na Alemanha
O Neue Palais fica na cidade vizinha de Potsdam, um bate-volta bem fácil de Berlim (Foto: © by Agenda Berlim)

A população de Berlim saudou os soldados marchando para o combate. Houve até festejos, já que muitos berlinenses e alemães na época estavam certos que até o Natal daquele mesmo ano a guerra estaria ganha e a Alemanha estaria consolidada como a maior potência europeia e mundial.

A Primeira Guerra Mundial mudou o mundo. Muitas monarquias caíram.

A guerra havia se tornado uma questão industrial, científica e tecnológica. Nunca tanta gente havia morrido em tão pouco tempo. As virtudes militares pregadas até então, a coragem, a honra e a força de vontade importavam menos do que as máquinas de matar.

Em 1918, ainda antes do fim do conflito, sob pressão de todos os lados, o imperador alemão abdica e se refugia na Holanda, país ainda monárquico. Wilhelm II foi enterrado na Holanda, inclusive.

E, em seu testamento, ele diz claramente que o corpo só deve retornar à Alemanha quando a monarquia for restituída no país. Bom, parece que vai continuar lá por um bom tempo ainda.

Fato é que com a queda da monarquia na Alemanha, cai o predomínio monárquico na Europa. O Wilhelm II era neto da Rainha Vitória, parente próximo do Czar Nicolau II.

O próprio Portão de Brandemburgo vira um marco desta mudança. Antes de 1918, somente o monarca (e pouquíssimos outros) podiam desfilar pela passagem central do icônico portão.

Berlim: Portão de Brandemburgo
(Foto: © mojolo / Adobe Stock)

A partir do momento em que o imperador abdica, todo mundo pode passar por lá.

É curioso ver hoje as filmagens da época, logo depois da Primeira Guerra (1914-1918), mostrando carros passando por baixo do Portão. São sinais claros de tempos muito diferentes.

Da janela do Parlamento em Berlim, dá-se início à República de Weimar

Cai a monarquia, acaba a Primeira Guerra, começa a República de Weimar. A Alemanha ainda em profunda crise, principalmente por conta das obrigações de reparação de guerra do Tratado de Versalhes.

Um prédio que marca o início dessa fase é o prédio do Parlamento Alemão, o Reichstag. Você pode, inclusive, entrar e subir em sua cúpula – só precisa de reserva antecipada. Ensinamos como subir a cúpula do Parlamento alemão lá no blog.

Cúpula do Parlamente Alemão
A Cúpula do Parlamento Alemão é muito Berlim: Estrutura moderna, sustentável, construída sobre um prédio historicamente importante, em uso até hoje. (Foto: © by Agenda Berlim)

Durante a década de 20, a Alemanha vai se recuperando e chega até a viver os chamados anos dourados.

Uma nova indústria cultural começava a ganhar espaço nessa época.

Era o cinema.

E Berlim estava na vanguarda desse movimento: a Alemanha havia produzido mais filmes entre 1920 e 1930 do que todos outros países europeus somados. O famoso e influente clássico da ficção científica, Metropolis, de Fritz Lang é dessa época (1927).

Em Babelsberg, nos arredores de Berlim, centenas de filmes eram produzidos anualmente.

Mas aí vem a crise de 1929 com o crash da bolsa de Nova Iorque.

Isso dá início a uma severa crise no país. Milhões de desempregados! As forças políticas começam a se polarizar. E o partido Nacional-Socialista arrebanha cada vez mais votos.

Os nazistas chegam ao poder

O grande marco do início do Nazismo no poder é a nomeação de Hitler como chanceler (equivalente ao primeiro-ministro na Alemanha) em 30 de janeiro de 1933.

Ascenção de Hitler
Um momento tenebroso na história do mundo. (Foto: Bundesarchiv, Bild 137-048390 / CC-BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons)

Em 1936 teve Olimpíada de Berlim, em plena ditadura nazista. Hitler viu o evento como uma oportunidade de mostrar ao mundo o sucesso do Nacional-Socialismo.

A construção do Estádio para as competições foi observada pessoalmente pelo ditador. Deveria ser uma arena para verdadeiras batalhas.

E, apesar de o grande destaque desses jogos ter sido o negro americano Jesse Owens, de fato a Alemanha Nazista brilhou, pois foi a grande campeã de medalhas de ouro. Foram 34 para o anfitrião e 24 para os EUA, segundo colocado.

O Estádio Olímpico de Berlim, usado em 1936, ainda existe e continua na ativa.

Estádio Olímpico de Berlim
Dá até pra visitar o Estádio, a gente também pode levar você até lá. (Foto:© by Agenda Berlim)

Quando a Alemanha invade a Polônia, em setembro de 1939, dá-se o início do maior conflito armado de nossa história, a Segunda Guerra Mundial.

E infelizmente muitos dos piores horrores dessa época foram pensados e ordenados em Berlim.

A antiga capital do Terceiro Reich ainda mostra partes dessa desastrosa história.

Um exemplo é o prédio da Luftwaffe, a força aérea nazista. Fica até na mesma rua, a Wilhelmstrasse, do local onde funcionava a sede das polícias nazistas, onde hoje fica a Topografia do Terror, hoje museu e exposição.

Nós listamos no nosso blog vários pontos de interesse relacionados a Berlim nazista num único post.

O ano de 1945: a hora zero da Alemanha

Em 1945, Berlim se tornou o símbolo da destruição causada por uma grande guerra moderna. As fotos e imagens aéreas da antes poderosa capital do Terceiro Reich marcam o início da segunda metade do século XX.

Não só Berlim e a Alemanha, mas os horrores da Guerra deixaram o mundo reflexivo. Percebeu-se a necessidade de se reinventar.

Na história alemã, o ano de 1945 é conhecido como a Stunde Null, a hora zero, ponto a partir do qual sua história seria recriada.

Com o fim da guerra, a Alemanha perde sua soberania e passa a ser administrada pelas quatro potências aliadas. As potências ocidentais, EUA, Grã-Bretanha e França e a oriental, a União Soviética. Isso significa que tanto a Alemanha quanto Berlim foram divididas em quatro zonas de ocupação.

Note Berlim, também dividida em quatro, imersa no setor soviético (Ilustração por Paasikivi (Own work) [CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons])
Já em 1945 fica claro que, por divergência de visão de mundo entre EUA e União Soviética, as zonas ocupadas da Alemanha não poderão ser reunificadas. É o início da Guerra Fria, a polarização do mundo entre as duas superpotências.

E Berlim fica no epicentro disso tudo.

O infame muro de Berlim e a crise que quase derrubou o mundo

Construído em segredo do dia para a noite, depois de o governo da Alemanha Oriental ter negado para a imprensa do mundo inteiro a intenção de construí-lo, o Muro de Berlim, torna-se a principal materialização da Guerra Fria.

Ele fica conhecido como o muro que divide não só uma cidade em duas, mas também um país e até o mundo. De um lado havia o mundo democrático, livre, próspero, sob esfera de influência dos EUA. Do outro ficava o mundo socialista, sem eleições livres, sob influência soviética.

No mesmo ano em que o muro foi posto em pé houve a chamada “Crise dos Tanques”.

Por 16 horas, tanques americanos e soviéticos se miraram na Friedrichstrasse, nas imediações do Checkpoint Charlie.

Crise dos Tanques em Berlim
A situação foi tensa. bem... bem... tensa (oto: US Army, domínio público, Fonte: Wiki Commons)

Dois anos mais tarde, em 1963, os dois maiores líderes mundiais visitaram Berlim para mostrar apoio à cidade.

Tem esse vídeo aqui em inglês que mostra a passagem tanto de Kennedy quanto de Kruschow em Berlim:

Kennedy foi recepcionado como herói em Berlim Ocidental por 1 milhão de pessoas em grande festa. Durante sua visita, ele deu um célebre discurso na prefeitura de Schöneberg e disse a famosa frase: “Ich bin ein Berliner”, eu sou um berlinense. (Bom, pelo menos foi o que ele quis dizer, mas até hoje há muitas discussões sobre essa frase, pois ao usar o artigo “ein”, Kennedy acabou por dizer que ele era um doce – de nome Berliner – em vez de um berlinense. Mas, enfim, todo mundo entendeu...)

Dois dias depois, foi a vez do líder soviético, Nikita Khrushchov fazer praticamente a mesma coisa, mas na Berlim Oriental. Chegou a discursar também numa prefeitura, na Rotes Rathaus, mas a recepção foi menos calorosa.

Entre 1961 e 1989, o Muro de Berlim rasgou a cidade ao meio separando pais e filhos, maridos e mulheres, irmãos. 138 pessoas morreram tentanto fugir da Berlim Oriental para a Ocidental. Ele ficou conhecido como o muro da vergonha.

Muro de Berlim
Hoje você pode vê-lo como ponto turístico espalhado pela cidade (Foto: © by Agenda Berlim)

A queda do muro de Berlim traz o início de uma nova era

Em 1989, 28 anos após a construção do muro, Berlim volta a ser o centro da história mundial. O muro havia caído. De repente, sem que ninguém imaginasse.

A imprensa do mundo inteiro vem a Berlim para cobrir o grande acontecimento. Mais uma vez a cidade marca uma nova era. Em tão pouco tempo.

Felizmente, dessa vez, uma era mais promissora.

Com a queda do muro de Berlim, marca-se também o fim da Guerra Fria, da ameaça de um conflito bélico de proporções nunca antes vistas, de uma guerra nuclear.

Menos de um ano depois a Alemanha já estava reunificada. O país se vê como uma das principais forças da União Europeia e Berlim volta a ser sua capital.

Da reunificação pra cá, muito na cidade mudou. Uma quantidade enorme de investimentos, públicos e privados tiveram Berlim como destino.

Por isso, Berlim é uma cidade que, apesar de sua história, é jovem e moderna.

Berlim moderna
Postdamer Platz, visão da Berlim moderna (Foto: © by Agenda Berlim)

A Berlim de hoje:  descubra o palco da história, olhando para o futuro

A cidade é hoje sede de incontáveis Startups e é exemplo em transporte público inteligente.

Berlim tem uma das melhores orquestras do mundo e uma densa concentração de museus, são mais de 170! De museus de história antiga até de arte contemporânea. De museu de história natural a galerias com algumas das telas mais famosas do mundo. Alguns você pode conhecer lá no blog.

A cidade conta também com mais de 140 teatros e mais de 4600 restaurantes, além de 300 salas de cinema. [Fonte]

E tudo isso sem perder o espaço para parques e áreas verdes. Berlim já até recebeu o título da capital mais verde da Europa. Só o Tiergarten, conta com mais de 200 hectares no meio da cidade. Mais de 400.000 árvores são responsáveis pelo verde das ruas de Berlim. Em torno de 18% da área da cidade é de floresta! [Fonte]

Isso numa cidade com pouco mais de 3,5 milhões de habitantes. Visitar Berlim é descobrir uma cidade única, entender o mundo de hoje vendo onde a história aconteceu... e ainda acontece! Berlim é a ponte entre o passado conturbado e um futuro promissor!

Vem pra cá e a gente vai ter prazer em te acompanhar nessa descoberta. Reserve um tour guiado personalizado com a gente preenchendo esse formulário:

  • DD barra MM barra YYYY

 

Ingressos pra atrações em Amsterdam

Um jeito bacana de retribuir o Ducs e ainda se dar bem é comprar ingressos online comigo. Assim você evita ficar tomando vento em fila quando você devia estar passeando… e me dá uma força preciosa!

Dá uma olhada na página de ingressos do Ducs Amsterdam

Reserva um hotel bacana aqui em Amsterdam!

Booking.com

Eu escrevi um artigo com muitas onde ficar em Amsterdam.

E se você fizer sua reserva através dos links do Booking aqui no Ducs, eles repassam uma comissão pra gente (ao mesmo tempo que você paga menos pelo hotel).

Então é uma forma de apoiar o Ducs em Amsterdam e ainda descolar um lugar legal, ter suporte em português e pagar menos! :) Todo mundo ganha!

Booking.com