Ao redor do Lago I: Glion Montreux em dois tempos

Em março, para comemorar uma data nossa, fizemos uma viagem em volta do Lago Genebra, conhecido como Lac Lemán na França, Lac de Genève em Genebra, e Lake Geneva em inglês.  Fica na fronteira da Suíça com a França e tem muita história. É cercado pelos Alpes e fornece vistas magníficas, e tem cidades encantadoras ao seu redor. O que fizemos foi o seguinte: chegamos em Genebra de avião, alugamos um carro e desviamos pros Alpes franceses,  Les Houches e Chamonix Mont Blanc (com a característica mania francesa de só falar meias palavras, soa como Chamonî Mõ Blã), voltamos pra beira do lago em Thonon-Les-Bains (Balneário Thonon), dali demos um pulo na vila medieval de Yvoire e depois Evian-Les-Bains (Balneário Evian, sede da famosa empresa de água mineral), daí mais uma road trip cruzando novamente a fronteira pra Suíça, para passar um dias em Montreux (a cidade do famoso festival de jazz no verão, ainda distante no futuro. Cara, o verão demora pra sempre pra chegar aqui!). De Montreux visitamos o castelo medieval de Chillon, subimos até Glion, uma vila no alto da montanha, logo acima de Montreux, pra depois (cansados, já?) irmos até Lausanne e finalmente dirigir de volta até Genebra, onde pegamos o avião pra casota em Amsterdam, País Baixo (Nederland, Neder, baixo, Land, país), que eram muitos e depois virou um. Onze dias de montanha e lago e, quando o tempo miserável permitia, vistas espetaculares. O truque é mandar o GPS evitar pedágios e fazer as estradinhas secundárias serpenteando pelos Alpes ou circundando a beira do lago.

O roteiro foi esse:


Veja o mapa grande, que o Google sempre escolhe o zoom errado 🙂

Nem preciso falar que rolaram milhões de coisas durante a viagem. Aos poucos irei contando, mas já rola dizer que é uma viagem que vale muito a pena. Talvez a época em que fizemos não seja a ideal - durante o verão o tempo é melhor e acho que aproveita-se mais. Durante o inverno a neve é um charme extra e sim, nevou, mas aproveita mais quem esquia. E nós não esquiamos (eu sei, eu sei. Meu pé tava machucado, tá?)

Mas enfim, vamos iniciar as crônicas da viagem, caso vocês se interessem. Se não se interessarem, más notícias: prevejo muitos posts sobre o assunto num futuro próximo 🙂

Como eu aprendi com os grandes mestres da literatura, não irei começar do começo, da chegada em Genebra. Irei aplicar a técnica de In Media Res, e vou começar já nos dias 8 e 9 da viagem. Havíamos chegado em Montreux, vindos de Thonon-Les-Bains, em uma viagem de carro abaixo de neve. Mal se podia ver o lago, quanto mais montanhas. Já estávamos estabelecidos no hotel (assunto pra outro post), e resolvemos ir conhecer a linda cidade. Fomos começar pela cidade antiga, mais alta.

Andando aleatoriamente pelas ruas tortas e serpenteantes, começamos a notar carros com uma camada de neve incompatível com a que caía. Quer dizer, estava nevando, mas não tão forte assim, e íamos vendo carros com vários centímetros de neve passando. Começamos a ficar curiosos. De onde estariam vindo? Em algum lugar estava nevando bem mais forte do que em Montreux, e não devia ser longe, já que a neve ainda estava toda no capô. Hm, onde? Olhamos pra cima:

Glion
Hmmm... uma montanha! Será... será que tem algo legal lá em cima?

Resolvemos descobrir. Pegamos o carro, e fomos seguindo o caminho pro alto. O GPS dizia que estávamos indo para Glion. Glion? Nunca ouvi falar.

Glion
Lá em cima: Glion.

A rua se transformou numa estradinha pela montanha, a neve ficando mais irada conforme subíamos. Começamos a entender daonde que os carros cobertos de neve estavam vindo.

Glion

Glion

Glion

Glion

A Carla começou a ficar tensa na direção, pois era a primeira vez que dirigia sob neve na vida. E em subida! E numa estrada sem acostamento! Bom. Mas o GPS dizia que era apenas dois quilômetros até Glion. Estaria tentando o GPS nos matar? Eu tenho esta teoria de que há uma conspiração mundial de GPS para eliminar os humanos, um por vez, guiando-os através de contra-mãos, barrancos (Voz mecânica, impessoal: "Vá... em... frente..." Voz humana, em pânico: BARRANCO! Voz mecânica, impessoal: "Ops... me... enganei..."), buracos quentes, e outros obstáculos, numa epidemia de descendentes de HAL 9000.

Desta vez resolvemos acreditar na boa fé do GPS e insistir um pouco. A Carla foi vencendo novos desafios sem mudar de emprego e foi firme, montanha acima. A concentração dela impedia de aproveitar a vista, que estava bonita. Finalmente, chegamos à Glion.

Glion
Bienvenue a Glion
Glion
Surpreendemos os nativos em plena atividade

A Carla ainda tentou levar o carro mais pra cima na cidade, mas acendeu uma luzinha no painel que, em geral, não é boa notícia: um carrinho com dois risquinhos em forma de S atrás das rodas. Estávamos patinando. Como nem estávamos a fins de aprender a colocar corrente de neve no pneu, ela quebrou à direita e parou no primeiro estacionamento que achou.

Glion
Amiguinhos de estacionamento

Saímos pra dar uma volta e ver qualéra. Não muito. O tempo estava realmente pouco convidativo pra dar rolê, apesar de bonito.

Glion

Glion

Glion
Hora de pegar a estradinha de volta.

Glion

Glion
Sempre com surpresas...

Bem, aproveitamos o resto do dia em Montreux mesmo, e  a Carla conseguiu achar a única coisa barata na Suíça: roupas! Como bom marido, segurei firme enquanto ela experimentava algumas calças pra compensar o estresse na direção 😉

O programa pro dia seguinte era o Castelo de Chillon. A previsão do tempo prometia dia bonito, então tínhamos esperança também de voltar a Glion pra algumas vistas legais do lago. E previsão do tempo suíço não furou. Amanheceu um dia lindo.

Montreux
Bom dia, Alpes. Vocês estavam aí ontem?

Fizemos a visita ao Castelo de Chillon, e quando saímos pensamos: "bora subir de novo?" Bora!

Glion - Castelo de Chilon
Chillon foi sensacional, mas a história dele virá em outra ocasião. Vamos pra Glion.

Após o GPS tentar mais algumas vezes nos exterminar (sem sucesso! Hah! Toma essa GPS! Voz mecânica impessoal: "Eu... não tenho... pressa."), pegamos de novo a estradinha de 2 quilômetros. Ela estava bem mais convidativa. Bem. Mais.

Glion

Glion

Ao chegarmos lá, fomos já direto pro estacionamento em que havíamos parado no dia anterior. Foi fácil achar vaga:

Glion
O carro saiu 🙂

A vila estava totalmente nevada, o que ficou realmente lindo. Andamos por ela, e aproveitamos pra almoçar algo no café com a vista pro lago, admirando a neve fresquinha nas árvores. Depois de almoçados, saímos pra andar. No começo ficamos nas ruas que já haviam sido limpas. Mas logo começamos a subir e nos enfiar por umas ruículas com neve pelo meio da perna (na Carla era o joelho 🙂 - vimos até um cara esquiando pela rua afora, assim, na maior, aproveitando que era descida, sabe como é... Infelizmente ele foi muito rápido, não deu tempo de clicar.

Glion

Glion

Glion

Glion
Como se precisasse da bandeira pra saber que estávamos na Suíça
Glion
Essa era a vista do café onde comemos.
Glion
Ainda vista do café
Glion
Ganhei um amigo!
Glion
Conforme íamos subindo, a vista ia ficando mais legal. Mas dava um certo trampo andar na neve
Glion
Sem desânimo. Era so levantar a cabeça e se inspirar

Glion

Glion
O sol começava a se por, hora de pegar a estrada de casa

Glion

Glion
Banco na neve pros locais aproveitarem o por-do-sol

Era hora de pegar o carro e voltar. As vistas da estrada na volta eram, como direi... você conhece a expressão "de tirar o fôlego"? Pois, eu nunca pensei que isso pudesse ser literal. Pode. Nós filmamos a descida, pois foto nenhuma poderia fazer justiça. Descobrimos que filmes também não.

Montreux
Aqui já é a descida pra Montreux
Glion
Pus a câmera pra fora e cliquei.
Glion
E de volta ao hotel, a tempo de pegar um resto de por-do-sol

À noite saímos pra comer fondue e nos despedir da cidade. Foi meio complexo explicar porque não iríamos tomar vinho, mas eventualmente o garçom entendeu (ou, digamos, aceitou/ Melhor, se conformou), mas o jantar foi delicioso sem o vinho mesmo. No dia seguinte, pé na estrada, rumo à Lausanne.

Se você não cansou de ver fotos, aventure-se no set completo do Flickr!

Ao redor do Lago I: Glion Montreux em dois tempos

Histórias das outras etapas: Les Houches e chalé alpino / Aiguille du Midi e Mont-Blanc / Como alugamos um Hotel em Montreux / O mico do carro / Yvoire, a vila que o tempo esqueceu

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